Por Gláucio Gonçalves
No início dos anos 80, Lestern Brown, fundador do Worldwatch Institute, definiu uma sociedade sustentável como aquela que seja capaz de satisfazer suas necessidades sem diminuir as oportunidades das gerações futuras. Anos depois, o relatório da Comissão Mundial Sobre o Desenvolvimento e o Meio Ambiente (proposta pela ONU e presidida pela primeira ministra da Noruega, Gro Brundtland, usou a mesma definição para apresentar a noção de desenvolvimento sustentável: “A humanidade tem a habilidade de atingir o desenvolvimento sustentável, e satisfazer suas necessidades presentes sem comprometer a habilidade das gerações futuras em satisfazerem suas próprias necessidades”.
É importante que haja realmente uma preocupação de todos com o meio ambiente. A sustentabilidade tem como princípios básicos três questões: a ambiental ideal, a social e a economicamente correta. E a melhor forma de contribuirmos com esses princípios é fazer nossa parte como cidadãos comprometidos com a nossa qualidade de vida e de gerações futuras, e importante ainda é que essa preocupação transforme-se em conhecimento e hábito.
Seres vivos – Precisamos reciclar nossos conceitos, tomar conhecimento de que somos seres vivos de um ecossistema e que todas as nossas atitudes terão uma consequência futura. Para que um comportamento tenha sucesso é preciso que todos os membros trabalhem numa mesma direção – e que cada membro entenda o seu papel dentro do ecossistema. A preservação deve começar de dentro de nossas casas e escritórios para fora. Pequenas atitudes podem contribuir muito – como a reciclagem de lixo, o uso adequado da água e energia, a possibilidade de se trocar o carro em alguns momentos da semana pelo transporte público, a possibilidade de troca de energia elétrica por uma energia renovável, como a solar, a utilização de produtos ecologicamente corretos, criarmos possibilidades do reuso da água, etc.
Canteiro de obras – No caso da construção civil, a primeira coisa a ser feita é uma conscientização em nossos canteiros de obras a respeito da importância de nossas atitudes para o futuro das próximas gerações, uma vez que este segmento da economia é hoje uma das maiores distribuidoras de nosso meio ambiente.
Existem, hoje, ONGs que realizam trabalhos interessantes com a releitura de materiais e técnicas, utilizando o bambu, o pau-a-pique, a taipa de pilão, entre outros, como parte integrante da construção civil. São materiais que a natureza nos oferece e que podemos incorporar em nossas vidas sem deixar de satisfazer nossas necessidades. E ainda aproveitamos para contribuir com a natureza. Além disso, as grandes instituições financeiras também reciclaram seus conceitos para proteger nossos ecossistemas.
Trabalho conjunto – A sustentabilidade é um assunto muito amplo e profundo, porém pequenas atitudes como essas, tomadas por uma enorme quantidade de membros de uma mesma comunidade farão com que nossos ecossistemas entendam que estamos trabalhando em sua direção e não contra eles. É o primeiro grande passo de uma longa estrada a ser percorrido como cidadãos nesse processo de evolução. A grande vantagem de entender e trabalhar na direção de nossos ecossistemas é que podemos desfrutar as necessidades presentes sem comprometer a habilidade das gerações futuras em satisfazerem a si próprias. Acredito que todos nós podemos incorporar em nossas vidas um padrão de sustentabilidade inicial e perceber que, ao longo dos dias, semanas, meses e anos, esse mesmo processo já será um hábito.
A sustentabilidade tem de ser uma conduta de vida, ou seja, as pessoas precisam ser ecologicamente alfabetizadas, entender os princípios de organização das comunidades ecológicas e usá-los para criar comunidades humanas sustentáveis.
E é importante destacar que a própria Constituição Federal do Brasil, no Artigo 225, reforça essa questão: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem como de uso comum do povo e essencial à coletividade o dever de se defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
Porém, tudo isso não pode simplesmente ficar no papel e não fazer parte do cotidiano de milhões de brasileiros, que começam a despertar, timidamente, para a necessidade de cuidados com o meio ambiente. Está em nossas mãos incorporar a sustentabilidade e transformá-la em um espelho, onde o reflexo de nossas ações será o que nossas próximas gerações encontrarão.
terça-feira, 24 de maio de 2011
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